Resenha: Imperfeitos

Olá, pipows!
Como estão?

Pra quem não me conhece, eu sou a Fabi! Sou uma das integrantes da família Pausa Para Pitacos, e agora, faço parte da família do A Culpa é dos Leitores também.
Falar sobre livros é algo que sempre me deixa de coração quentinho, e poder falar de algo que amo tanto aqui também vai ser lindo. Esta é a primeira de muitas resenhas, então, nos veremos - e muito! - por aqui!

Então, bora falar de coisa boa? 😉

Título: Imperfeitos - Flawed #1 | Autora: Cecelia Ahern | Editora: Novo Conceito | Ano: 2016 | Páginas: 319

Esse livro foi uma grande - enorme! - surpresa. Sua sinopse não me atraiu tanto assim, e o fato de este ser um gênero novo para a autora me deixou com um pezinho atrás, mas resolvi encarar o desafio de coração aberto. E, como eu disse, fui surpreendida.

A estória se mostrou inteligente, bem amarrada e super envolvente. Cá temos uma distopia bem próxima de nossa realidade, e acho que este detalhe foi o que me convenceu a seguir em frente. Apesar de ter começado a leitura de coração aberto, demorei um bocado para engrenar, mas quando engrenou, foi de uma vez. Passei o dia lendo-o, fiquei até mesmo sem comer! Rs.

Imperfeitos são aqueles que cometem erros e são considerados culpados pelo Tribunal. O Tribunal é um órgão que julga os erros alheios e pune aqueles que são sentenciados, que são marcados a ferro e fogo com I. No Dia da Sentença, o juiz decide se o acusado é ou não Imperfeito. Se for, será marcado para sempre. Suas imperfeições são anunciadas publicamente. A pele é marcada de acordo com a transgressão cometida.

Para quem toma decisões ruins, é na têmpora. Para quem mente, na língua. Quem rouba ou comete algum tipo de trapaça, na mão direita. Para quem tenta fugir, ou para aquele que está no lugar errado e na hora errada, a marcação é feita no pé direito. Tal método foi criado a fim de identificar aqueles que poderiam prejudicar a sociedade de alguma forma. Inicialmente, a intenção da marcação era evitar que pessoas imperfeitas - ou seja, que cometeram erros - chegassem ao poder, evitando assim a ruína do país. Mas as coisas acabaram fugindo do controle, e absolutamente todos os cidadãos estão expostos a tais julgamentos e marcações.

Além de serem marcados, os Imperfeitos são privados de uma série de coisas. Não podem comer o mesmo que os Perfeitos, têm um toque de recolher rígido, têm lugares demarcados em ônibus, filas de supermercado e afins, dentre outras cositas. Mas o que é pior, ao meu ver, é o fato de serem tratados como leprosos. Os Perfeitos não podem prestar qualquer tipo de ajuda a eles, eles são marginalizados. Se seus erros fossem realmente horrendos, eu até entenderia tal punição, mas não é o caso. Banalidades são consideradas imperfeições. Decisões erradas que não são prejudiciais a ninguém são consideradas imperfeições. E é o que acontece com Celestine, nossa protagonista.

Ela é a garota perfeita. Filha perfeita, irmã perfeita, aluna perfeita, cidadã perfeita. E, de quebra, namora Art, filho do juiz bam-bam-bam do Tribunal. Mas Celestine cometeu um erro, e esse erro fez dela a mais Imperfeita de todas, pois além de impulsionar uma espécie de revolta organizada, ela fez com que a máscara de bom e justo de seu sogro começasse a ruir. Ao ajudar um Imperfeito, Celestine deu voz ao povo. Perfeitos e Imperfeitos começam a colocar em xeque as decisões do Tribunal, e a credibilidade não só do órgão fica debilitada, mas principalmente do juiz Crevan.

Celestine é uma personagem impressionante. No início, tive a impressão de que ela era uma patricinha mimada e fútil que só pensava no namoradinho e mais nada. Após ser condenada, ela se mostrou forte, destemida, firme e fiel aos seus ideais. Mesmo depois de tanta coisa realmente ruim e revoltante ter acontecido a ela, a ex-garota perfeita preferiu deixar seu lado humano falar  mais alto, e isso fez com que ela ganhasse meu respeito.

Este é o primeiro livro do que parece ser uma trilogia, e assim como todo primeiro livro, ele nos apresenta o cenário, os personagens e dá uma ideia do que a trama tem a nos oferecer nos livros posteriores. A personalidade dos personagens foi lindamente descrita e construída pela autora, todos os detalhes do tal governo e do tal Tribunal já foram apresentados e já fiquei completamente envolvida com cada um desses detalhes. Envolvida e apaixonada.

Apaixonada pela narrativa fluida e direta, sensorial e super descritiva; apaixonada pela personalidade de cada um dos personagens; apaixonada por Celestine, uma mocinha totalmente empoderada e que mostrou uma evolução gigante no decorrer da estória; apaixonada por Carrick, o mocinho que apareceu de leve, mas que já ganhou totalmente meu coração.

Eu não vejo a hora de poder ter o próximo livro em minhas mãos. Não vejo a hora de sentir de novo tudo o que senti ao ler este livro - revolta, emoção, raiva, amor.

Como mencionei lá em cima, Imperfeitos é a estreia de Cecelia no mundo da distopia. Ela é famosa por uma série de romances, muitos deles até chegaram às telonas, e ter se aventurado em um novo gênero foi muito ousado de sua parte, mas ela foi muito feliz. Ela soube emocionar, dosou todos os sentimentos e sensações que queria nos proporcionar, soube nos envolver de uma forma brilhante. E o melhor: conseguiu criar um universo totalmente crível, afinal, tudo ali é real demais, principalmente para nós, brasileiros, que sofremos com a justiça imperfeita de nosso país. Espero que ela mantenha essa pegada nos próximos livros, e espero que eles não demorem a chegar em terras tupiniquins.

Queria encerrar a minha primeira resenha no Culpa dizendo que eu tenho muita dificuldade de falar de livros que mexem comigo. Eu tento ser imparcial, falar pouco, não empolgar. Tento ser clara. Mas nem sempre consigo! A meu favor, tenho a dizer que a paixão é o que me move, e que faço uso dela para envolver vocês. Espero que minha paixão e admiração por Imperfeitos tenha convencido você a lê-lo, e que ela o faça embarcar nessa aventura comigo.

Resenha por: Fabi Carvalhais


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