Resenha: Essa Luz Tão Brilhante
Olá, pessoal! Como estão?
Faz tempo que eu não passo por aqui, não é mesmo?
Demorei, mas vim para falar de um livro que, sem dúvidas, irá deixar seu coração quentinho, transbordando de amor. Espia!
Título: Essa luz tão brilhante | Autora: Estelle Laure | Editora: Arqueiro | Ano: 2016 | Páginas: 208 |
Skoob
Skoob
Para mim, a palavra que resume este livro é empatia.
Lucille é uma adolescente comum, não é popular mas também não é nenhum zero à esquerda. Ela tem uma melhor amiga que a conhece como a palma de suas mãos, amiga esta que, coincidentemente, é irmã gêmea de seu grande amor. Espere, não torça o seu nariz ainda. Este livro não conta somente uma história de amor adolescente. Ela conta uma história de superação, força, garra, família e sacrifícios.
Bem, vamos voltar a falar de Lucille. Como eu já contei, ela tem 17 anos e está passando por uma provação daquelas: seu pai enlouqueceu; sua mãe não aguentou o "tranco" e acabou sumindo, deixando a garota responsável por uma casa caindo aos pedaços, sem um tostão furado e com uma irmãzinha de nove anos à tiracolo. Ah, e tem mais: seu grande amor, aquele carinha que também já mencionei, tem namorada. É muita coisa ruim acontecendo de uma vez.
Lucille arruma um emprego em um bar um tanto quanto exótico, gerido por um cara no mínimo excêntrico - mas de um coração de ouro. Para ser a garçonete dali, ela precisa usar roupas ousadas, salto alto, maquiagem e ter uma postura completamente diferente da sua. Para que este emprego fosse possível, a garota conta com a ajuda de sua melhor amiga Eden, que tem enganado sua mãe para cuidar da pequena Wren enquanto Lu trabalha. Digby, o boy magia da estória, também está envolvido nas tramas formadas para ajudar as garotas, e tal fato faz com que ele e nossa heroína fiquem cada vez mais próximos.
Com o passar dos dias, o peso de tantas responsabilidades e tantas mentiras vai se tornando cada vez maior. Lucille precisa fazer de tudo para que ninguém saiba que ela e a irmã estão vivendo sozinhas, pois caso descubram, ambas serão enviadas para orfanatos ou coisa pior. Ela tem se esforçado cada vez mais para ser a família que Wren precisa e merece, mas não tem sido nada fácil. Ela tem medo de fracassar, de decepcionar a todos. Vive numa pressão inominável. Mas nem mesmo todas essas adversidades a fazem desistir.
Paralelamente ao drama familiar vivido pela garota, há também a história de amor fofinha e complicada que vai se desenrolando entre Digby e Lucille. Ele namora, tem planos para o futuro, enquanto Lu não pode lhe oferecer nenhuma estabilidade, somente o seu mais puro amor. Esse relacionamento deu ainda mais leveza à trama e também à rotina agitada vivida pelos personagens, mas nem por isso me agradou totalmente. Provavelmente isso se deve ao fato de que ando meio insensível ultimamente, mas também tem a ver com outro fato: eu não conseguia parar de me preocupar e me envolver com tudo aquilo pelo que Lucille estava passando. E isso tem um motivo: eu já fui uma Lucille. Minhas tragédias familiares são parecidas com as dela, e assim como nossa protagonista, precisei entender logo cedo o que é responsabilidade e o que é ter um serzinho dependendo de você, contando e confiando em você. E por essas e outras a empatia foi tão grande, fazendo com que eu passasse por cima de todo aquele mimimi envolvendo o relacionamento entre os dois pombinhos da trama.
A autora soube dar leveza a esse drama tão complicado, soube mostrar o quão possível tudo isso é, o quão complexa a vida do próximo pode ser. Acredito que a empatia que senti não vem somente do fato de ter passado por coisas parecidas, mas também por sentir que a narrativa me envolvia a ponto de me transportar para aquele momento, deixando tudo bem palpável, até mesmo sensorial.
Apesar de ter me arrancado boas lágrimas, trata-se de um livro leve, com narrativa simples e objetiva. Apesar de termos tantos protagonistas adolescentes, ela não é enfadonha e enjoativa. Não é permeada por aquelas gírias que tanto incomodam. Ele é permeado de sensibilidade, isso sim.
Tudo fica bem quando acaba bem, não é? Sim, pois é. Eu não achei o final tão emocionante quanto imaginei que seria, mas presenciar a força e o crescimento da protagonista sem dúvidas fez com que mais este detalhe também fosse irrelevante.
Como podem ver, eu adorei o livro. Super indico! Leia-o, ele pode te inspirar - e muito!
"[...] Vou fazer tudo o que for necessário. Ninguém vai nos separar."
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