Especial - Dia dos Namorados com a autora A.C. Meyer

O Especial que a autora A. C. Meyer preparou é do casal mais lindo, mais queridinho.... 
Tam, tam, tam, tam
E o casal é.... Danny e Julie (Éeeeeeeeee!)

A cena que a Diva Meyer preparou se passa no período que Danny e Julie voltaram a namorar, depois que ela terminou com ele, quando ficou doente. E Cuidado, pode haver spoilers do livro Louca Por Você. 


Especial dia dos Namorados

Hoje é o dia dos namorados. Daniel andava tão carinhoso, agora que a gente voltou a namorar, que eu estava esperando que ele, a qualquer momento, falasse sobre os nossos planos para esse dia. Eu sabia que seria complicado fazer muita coisa porque o dia dos namorados caiu exatamente num dia de apresentação no After Dark, mas pelo menos um jantarzinho romântico a gente poderia ter, certo? Pois é, mas eu não poderia estar mais enganada. Ele não falou nada, não fez planos e nem mesmo as 'dicas' que eu dei, no decorrer da semana, pareceram colocá-lo situado na semana importante.
Eu tentava, com todas as forças, não me abater. Falava para mim mesma, diariamente, que ele estava comigo e isso é o que importava. Estar com ele era suficiente. Tinha que ser... Mas é tão difícil você estar com alguém que você ama, com todo o seu coração, e essa pessoa não corresponder ao sentimento como você espera. Sim, eu sei que Danny gosta de mim, mas amor verdadeiro? Daqueles que te deixa sem fôlego só de olhar para o outro? Acho que não. Ele nunca falou em amor e eu... bem, eu fui apaixonada por ele por toda a minha vida.
Respirando fundo, separo a minha roupa para a noite. Já que é dia dos namorados, vou colocar um vestido vermelho justo, de um ombro só, com meus cabelos soltos e um peep toe nude.
Fico pensando... será que eu ligo para Danny? Ele sumiu o dia inteiro, não parece estar em casa e também não me ligou para avisar que vinha me buscar, como sempre faz. Que estranho. Pego o celular para ligar para George e pedir a ele que venha me buscar e vejo uma mensagem de texto.
Baby, não vou poder buscá-la. George vai levar você, ok? Já está combinado. Bjs
Pelo menos, já sei que ele está vivo, né? Droga. Eu não queria ficar com o astral ruim num dia tão significativo. Foco, Julie, foco! Balanço a cabeça, numa tentativa de tirar esses pensamentos melancólicos e entro no chuveiro, cantarolando uma das músicas da playlist de hoje.
Termino o banho e começo a me arrumar. Sento na cadeira em frente ao espelho, já vestida, para começar a arrumar o cabelo e me maquiar, quando a campainha de casa toca. Vou até a porta, imaginando quem pode ser.
— Oi, garotinha! Uau! Vermelho? Sexy! Gostei — George fala, parecendo uma metralhadora verbal, sem me dar chance de sequer dizer oi. — Vamos arrumar esse cabelo para irmos ao AD.
— Eu estava indo fazer isso — eu respondo e sorrio para meu amigo tão querido. — Hum, George, Danny falou algo com você hoje? — eu pergunto, sentando na cadeira, enquanto George pega o secador.
— Ele me pediu para levá-la ao AD, pois ele tinha compromisso.
— Você não achou estranho? — eu pergunto e ele liga o secador.
— Estranho? Por quê? Não é a primeira vez que eu te levo ao AD — ele fala alto, sua voz sobressaindo ao barulho do secador.
— Porque hoje é dia dos namorados e ele deveria ter me ligado? Ou mandado flores? Ou uma mensagem romântica?
— Garotinha. — George desliga o secador e me vira para frente dele. — Não crie expectativas, eu já te falei. Viva com Danny Boy um dia de cada vez. Acho que ele nunca nem comemorou o dia dos namorados — ele fala, sorri e aperta a minha bochecha, como se estivesse falando com uma garotinha de verdade. — Agora, vire-se que eu quero arrumar esse cabelo. Hoje o visual será outro.
— Outro?
— Sim, hoje vamos deixá-la com cara de top model.
George seca meu cabelo, puxa, estica e me deixa com a sensação de que eu estou quase ficando careca de tanto que ele puxa meu cabelo. A única desvantagem de ser uma cantora é ter que passar por esses tratamentos de tortura para subir no palco. Seria tão mais fácil se eu pudesse apenas fazer um rabo de cavalo e vestir minhas calças de yoga, tão confortáveis... bom, se George imagina que eu estou pensando nisso, ele vai me fazer passar por mais tortura feminina, só para que eu aprenda a não pensar assim. Droga.
Quando acabamos a produção da noite, George me leva até o After Dark. Chegando lá, encontramos Rafe na porta, que nos recebe com um sorriso constrangido no rosto. Oh, droga... não parece bom...
— George! Julie! Ehh... Oi.
— Oi, Rafe. Meninos, vou deixar vocês, porque eu preciso encontrar Alan para pass... — Rafe me interrompe.
— Eh... Julie, você hoje não vai cantar — ele fala de uma vez e eu paro, olhando para ele chocada.
— Não vou? Não vou cantar? Como assim? — Já disse que estou chocada? CHO-CA-DA.
— É que hoje teremos um convidado especial e ele vai... cantar... no seu lugar.
— Ohhh.
— Garotinha, vamos para o bar, beber um pouco. — George me puxa, acenando para Rafe e eu o acompanho ainda perdida com a notícia.
Chegamos ao bar e Jason abre um grande sorriso para mim.
— Oi, gata, quer beber alguma coisa?
— Oi, gato, duas tequilas, por favor — George responde, piscando o olho para ele, e todos nós rimos. Jason nos serve os shots de tequila e abre um sorriso para mim.
— Jason, você viu Danny por aqui? — Eu não consigo segurar a pergunta.
— Não, gata, não vi. Você deveria largá-lo e ficar comigo. Seríamos um casal quente!
— Ah, sim, igual dois gatos no cio — George fala e Jason ri. — Circulando, Don Juan. Deixa Danny saber que você está dando em cima da garota dele. — Jason coloca a mão no coração, como se tivesse sido atingido, e nós três rimos.
— George, o que vou fazer com ele? — eu pergunto, quando Jason se afasta.
— Com Jason? Oh. My. God — George fala, parecendo chocado. — Espero que nada. Mas eu poderia... — Ele abre um grande sorriso.
— Não! — falo rindo da sua confusão. — Com Danny. Depois de tudo, ele esqueceu o dia dos namorados. E, simplesmente, sumiu. — Solto um grande suspiro.
— Bom, garotinha. Acho que você vai ter que agradecê-lo — ele fala, com um sorriso, indicando o palco. A luz diminui e a The Band aparece com o tal convidado da noite que é OH, MEU DEUS! Danny!
— O que Danny está fazendo no palco? — eu pergunto para mim mesma, mas George responde.
— Vamos descobrir.


Daniel

Esse seria o nosso primeiro Dia dos Namorados juntos e eu queria fazer algo especial para a Julie, como forma de me redimir por ter esquecido a nossa comemoração de seis meses juntos. Minha garota é toda romântica e eu faria tudo para agradá-la, inclusive ter que ficar lado a lado com esse imbecil do Alan.
Conversei com George e ele me sugeriu a surpresa. E doeu meu coração simplesmente sumir o dia todo. Eu imaginava que ela estava aborrecida, só espero que ela me perdoe quando souber o porquê.
Faltavam poucos minutos para entrar no palco, quando Alan começa a provocação.
— Não acredito que hoje terei que aturar você no show — ele fala, com ar de desprezo.
— Levando em conta que sou eu que pago seu salário, você deveria manter a sua boca fechada. — Além de idiota, é abusado.
— Levando em conta que a The Band é disputada pela maioria das casas noturnas de L.A., seria um péssimo negócio para você.
— Foda — eu resmungo, e pego o violão.
— Julie merece coisa melhor que você.
— Jura? Alguém como você, por exemplo? — Eu viro para ele, contando até 50, porque, se eu contasse até 10, eu voaria em seu pescoço.
— Ela estaria muito melhor comigo — ele fala e abre um sorriso cretino no rosto.
— É mesmo? Ela não deve achar isso, já que trocou você para ficar comigo — eu falo e abro um grande sorriso, quando ele fecha a cara. Daniel, o foda, 1 x 0 Alan, o imbecil.
— Caras, está na hora — Rafe fala. — Por favor, não se matem no palco.
Nós dois olhamos para ele e depois um para o outro. Alan estende a mão primeiro. — Trégua? Pela Julie?  
— Ok, trégua. — Apertamos as mãos e subimos para o palco, ouvindo o suspiro aliviado de Rafe.
As luzes diminuem e me encaminho para a cadeira no centro do palco. Depois de me acomodar, violão posicionado, levanto o olhar para a plateia e falo: — Boa noite, pessoal! Hoje é uma noite muito especial. Estou vendo vocês aí, com seus namorados, e eu gostaria de fazer uma homenagem para a minha garota. Jully, baby, essa é para você. — O público começa a aplaudir e meu olhar é atraído para a mulher linda, de vestido vermelho, sentada no bar. Vendo sua cara de surpresa, eu pisco o olho para ela e sorrio, começando a tocar os primeiros acordes de I'm yours, de Jason Mraz, no violão. A The Band segue me acompanhando e eu fecho os olhos, cantando a música romântica, com todo o meu coração.


Eu não sou um cantor profissional, mas também não desafino, não precisa olhar para mim com essa cara. Eu sou afinado, graças a Deus!
Enquanto canto, me vem à mente tantos momentos bons que passamos juntos: nossas gargalhadas, fins de tarde em nosso balanço, beijos sem fim cheios de carinho, noites e madrugadas de amor. Essas imagens reforçam a ideia, na minha cabeça, de que eu escolhi a música certa, que fala que eu sou dela. Sim, eu sou. Ela fez uma bagunça completa em mim, mas que faz todo o sentido do mundo. 
Abro os olhos e vejo casais cantando junto, sorrisos, beijos e lá no bar, minha garota linda, estupefata, com lágrimas caindo e um sorriso bobo no rosto. Sorrio para ela, cantando, olhando em seus olhos que sim, eu sou seu e ela abre um sorriso ainda maior.
Acabo de cantar a música e nem espero a banda terminar de tocar. Levanto da cadeira, deixando meu violão aí em cima e desço do palco num pulo. Vou até Julie, ouvindo a plateia comemorar e paro em frente a ela, com um grande sorriso no rosto. Me aproximo ainda mais do seu corpo pequeno, devagar. Ela está linda, com um vestido vermelho sedutor e o cabelo solto e liso, do jeito que eu gosto. Estendo a mão, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha e ela levanta o olhar para mim, com um brilho nos olhos que me deixa atordoado e excitado. Tudo o que eu posso pensar é em estendê-la no balcão do bar e extravasar meu desejo por ela. Eu esqueço completamente de onde estou, quem eu sou e quem está ao meu redor. Meu foco está completamente nela. Seus lábios se abrem e eu não resisto e a puxo para um beijo apaixonado. Minha mão direita segura seu cabelo, e a esquerda envolve sua cintura, puxando-a para mais perto ainda de mim.
Só quando ouço seu gemido baixo, eu me lembro de que estamos no meio do bar, cercados por uma grande plateia, que suspira com a nossa demonstração de desejo. Eu me afasto, interrompendo o beijo e o público aplaude. Eu olho ao redor e vejo a plateia de pé, agradeço a demonstração de carinho, e pego Julie pela mão.
— É hora de irmos, baby.
— Ir? Para onde?
— Comemorar o nosso dia dos namorados — eu explico sorrindo e o rosto da minha garota se ilumina. Eu a pego pela mão e seguimos em direção à porta, sendo interceptados por George.
— Não esqueça a mochila, Danny Boy. — Eu pego a mochila, agradeço e ele completa rindo. — Façam tudo o que eu faria.
Nós saímos pela porta da frente e eu a levo em direção à moto. Uma noite romântica estava planejada para nós e, se você achava que eu era um ogro completo, se deu mal, pessoa de pouca fé. Eu posso sim ser um cara romântico e sedutor.
Subo na moto, pego nossos capacetes e entrego um a ela, junto com a mochila que George me deu. Ela os coloca e sobe atrás de mim, seus braços envolvendo meu corpo num abraço apertado, seu corpo colado no meu. Do jeito que eu estava, à flor da pele, se eu não arrancasse com aquela moto agora, eu transaria com ela no meio do estacionamento do After Dark. Aí, adeus noite romântica. Droga.

Julie
            A brisa da praia envolvia meu corpo abraçado a Danny em cima da moto, ao chegarmos em Santa Monica. O cheiro da maresia atingiu as minhas narinas assim que viramos na Route 66. Ele seguiu com a moto, nós dois em silêncio, em direção ao Píer de Santa Monica. Nossa roda gigante estava iluminada e a minha cabeça estava um turbilhão.
            O corpo duro de Danny contra meu peito me aquecia e me despertava lembranças dos momentos mais incríveis que passamos juntos. Eu o aperto mais contra mim, minhas mãos correndo por seu peito e sua cintura, até que o sinto respirar fundo. Minha mão esquerda desce até o cós da sua calça e meus dedos percorrem o caminho para baixo da sua camiseta, sentindo o contorno de seu corpo definido.
            — Oh, baby. Se você continuar assim, serei obrigado a parar a moto no meio do caminho e tomar você aqui em cima da moto — ele fala, elevando a voz para que eu consiga ouvi-lo através do capacete. Eu solto uma risada do seu ar desesperado e ele continua. — Não estou brincando, Julie. Tire esses dedos do lugar ou eu paro aqui mesmo, no meio do nada, e curvo você contra a moto, para você aprender que não se provoca um homem no limite.
            — Ohhh... — eu murmuro para mim mesma, enquanto imagino a cena em minha cabeça. Não, eu não era adepta de exibicionismo, mas imaginar Danny fazendo amor comigo, em cima daquela moto, era, no mínimo, o suficiente para me sentir queimar por dentro.
            Puxo o ar algumas vezes, respirando fundo, para tentar acalmar a minha libido que estava a mil. Olho ao redor e vejo que estamos quase perto da roda gigante e não posso segurar meu sorriso. Como eu amo esse lugar!
            De repente, Danny diminui a velocidade, indo para o acostamento, em direção a uma vaga.
            — Chegamos? — eu pergunto surpresa, já que o calçadão está deserto, por causa da hora.
            — Sim — Danny responde, parecendo estar escondendo algo. Nós descemos da moto e mal tenho chance de tirar o capacete. Danny me puxa para um beijo apaixonado, repleto de desejo e paixão. Sua boca cobre a minha, e eu não consigo deixar de pensar no quanto seu gosto e seu cheiro me tiram do sério. Seu perfume masculino me envolve, e minha vontade é de correr o nariz por todo seu corpo, aspirando seu perfume inebriante e sentindo o gosto da sua pele com a minha língua. Oh, Deus. Acho que Alan havia sido uma influência ainda maior do que eu poderia imaginar. Ouço um gemido e, quando Danny se afasta, para meu susto, percebo que o som foi meu.
            — Julie, você está me matando, baby.
            — Oh, desculpe — eu peço, constrangida. Oh. Meu. Deus. Eu que não dormia, ouvindo os gemidos da casa ao lado, quando Danny não estava comigo, passei a soltar meus próprios gemidos altos e constrangedores, porque não era capaz de segurar meu desejo pelo homem dos meus sonhos.
            — Não se desculpe. Apenas guarde seus gemidos para mais tarde. Quero ouvi-los em alto e bom som, quando estivermos em casa. — Ele sorri e se abaixa para tirar meu peep toe, me deixando descalça. Danny tira a mochila das minhas costas, me dá a mão e me leva em direção à areia da praia, com meus sapatos na mão livre.
            — O que tem aí dentro? Onde estamos indo? — eu pergunto e ele me olha, sorrindo, seus olhos verdes ainda mais brilhantes.
            — A curiosidade matou o gato. Já estamos chegando. — Seguimos pela faixa de areia, até que paramos numa parte onde estamos, relativamente, próximos da água, mas longe o suficiente para não sermos atingidos pelas ondas. Danny tira a mochila das costas, seguido pelo meu olhar curioso, retira uma manta azul de dentro dela e estende na areia. — Mademoiselle, sente-se por favor — ele fala, fazendo uma reverência para mim e nós dois rimos. Dizer que estou curiosa é pouco. Estou quase morrendo de tanta ansiedade. Ele senta ao meu lado, guarda meu sapato na mochila e me puxa para seus braços, nos deitando na manta, com os olhos voltados para o céu.
            — A noite está tão linda, com tantas estrelas — eu falo, quebrando o silêncio e me aconchegando ainda mais a ele. — É uma sensação incrível estarmos aqui, com a praia tão calma e silenciosa, vendo todas essas estrelas no céu.
            — É verdade, baby. Está vendo ali, a Ursa Maior? — Ele aponta em direção a um aglomerado de estrelas, mas eu não consigo identificar nada.
            — Onde?
            — Preste atenção naquela direção. — Ele volta a apontar para as estrelas. — Tem sete estrelas mais brilhantes que as demais. Se você observar com calma, elas formam uma espécie de quadrado e uma cauda.
            — Oh, meu Deus! Eu consegui ver! — eu falo animada e ele continua a apontar as estrelas do céu.
            — Naquela direção, exatamente no mesmo formato, está a Ursa Menor e, na ponta da cauda, está a Estrela Polar.
            — Nossa, ela é muito mais brilhante do que as outras.
            — Sim, e ela é a estrela que indica a direção do Polo Norte — ele explica e ri.
            — Legal!
            — Foca o olhar naquela estrela ali, da Ursa Maior. — Ele aponta para uma das estrelas. — Agora, se a gente traçar uma linha reta imaginária, passaremos pela Estrela Polar e, seguindo essa linha, chegaremos à Cassiopeia.
            — Eu não sabia que você conhecia tanto sobre as estrelas, Danny.
            — É, quando eu fui para a faculdade, eu pensei em fazer astronomia, mas conheci Rafe e Zach, começamos a falar sobre abrir o bar, e eu achei que um diploma na área de negócios seria mais importante. — Ele sorri e continua a falar. — Mas eu ainda gosto de ler sobre as estrelas, constelações e tudo mais.
            — Ahh, Danny, que lindo. Você tem tantos lados que eu ainda não conheço... apesar de nos conhecermos a vida inteira.
            — Aos poucos, você vai conhecendo. Isso não é algo que eu costumo sair falando por aí — ele responde e eu volto meu rosto para ele, que ri, parecendo envergonhado. — Baby, eu trouxe uma coisa para você.
            — Para mim? — eu pergunto surpresa. Ele não parou de me surpreender a noite inteira.   
            — Sim, para você. Eu nunca comemorei um dia dos namorados com ninguém. Esse, para mim, sempre foi um dia sem grande importância, já que eu nunca fui um cara de relacionamentos — ele começa a explicar e eu balanço a cabeça, concordando. — Mas, esse ano, eu achei que tinha motivos para comemorar, já que estamos juntos e, oficialmente, somos um casal.
            — Sim... — eu murmuro, já sentindo o nó de emoção se formar em minha garganta.
            — Eu pensei muito sobre essa noite e sobre o que eu poderia fazer, para que fosse uma noite especial. Então, eu, primeiro, quis cantar para você.
            — E eu adorei. Fiquei tão surpresa ao ver você no palco...
            — Eu queria que você sentisse o mesmo que eu sinto, quando vejo você cantar no AD.
            — Oh...
            — Eu sinto como se você cantasse só para mim. — Ele abre um sorriso de menino. — Depois de cantar, eu a trouxe aqui, em Santa Monica, porque eu sei que você adora esse lugar.
            — Danny, eu amo tanto essa praia... é um lugar repleto de tantas recordações importantes e felizes, que eu sonho, um dia, poder morar aqui. A sua escolha foi perfeita — eu explico e ele sorri para mim.
            — Bom, aí eu fiz mais duas coisas. Não tem valor financeiro, baby. Eu não queria comprar algo só por comprar... eu queria que fosse algo que tivesse um significado para você.
            — O que você fez?
            — Bom, você sabe como ver você cantando Come away with me mexeu comigo. Ver você, naquele vídeo no YouTube, mexeu comigo de um jeito que eu não sei explicar, mas ver você cantar naquele show, quando eu cheguei de viagem, foi uma das imagens mais sensuais que eu já vi na minha vida.
            — Ohh...
            — Então — ele prossegue — eu pedi ao Max, o DJ do After Dark, para fazer uma coisa para mim. — Ele se vira para a mochila e retira um iPod de dentro dela e coloca um dos fones de ouvido, mexendo no aparelho até que ele encontra o que está procurando. Quando ele acha, abre um sorriso e estende o outro fone para mim e me puxa de volta, para deitar ao seu lado, aconchegada a ele.
            Os acordes de Come away with me começam a tocar e eu espero que Norah Jones vá começar a derramar sua voz rouca em nossos ouvidos, mas, para minha surpresa, eu ouço a minha própria voz.
            — Danny... oh...        
            — Shh... vamos ouvir. — Seu sorriso é ainda maior. Ouvimos, em silêncio, a canção que era tão representativa para nós dois, cantada por mim, e eu me sentia feliz e emocionada ao mesmo tempo. Eu nunca havia me ouvido cantar e, saber que Danny havia feito um esforço para fazer algo especial para mim, enchia meu coração de amor.
            A música acaba, e eu não consigo segurar as lágrimas emocionadas. Ele se vira para mim, sorrindo, e enxuga as lágrimas com a ponta de seu dedo e depois beija o caminho que elas fizeram.
            — Não chore, baby. Gosto de ver você sorrindo, não chorando — ele fala e eu abro um sorriso entre as lágrimas que teimam em cair.
            Daniel me puxa para seus braços, e me segura enrolada nele, até que eu consiga abrandar minha emoção.
            — E, como agora você já sabe, eu gosto muito de tudo que se refere ao céu, estrelas e planetas. Então, eu fui até o planetário e consegui fazer uma coisa para você.
            — Para mim? No planetário? — Eu já estava imaginando que poderia ser uma visita guiada, ou algo assim.
            — Sim, deixe-me pegar. — Ele se afasta um pouco de mim, sentando, para mexer na mochila, mais uma vez e retira um envelope preto de material resistente. Eu me sento ao seu lado, e ele estende o envelope para mim. — Abre, baby.
            Eu sigo seu pedido e abro o grande envelope, que guarda uma espécie de certificado, impresso em papel especial.
            — Este, é o certificado de registro da estrela denominada Julie Walsh, com magnitude 8.70, tipo F5, localizada nas coordenadas RA 19H 45M 2.57S, com declínio a 15º 50M 30.99S — eu leio no certificado e me volto para ele. — Danny! Você... oh, meu Deus... Você registrou uma estrela! Para mim? — Eu realmente não posso acreditar! Ele não para de me surpreender.

            — Oh, baby, não é nada demais... — Ele sorri, sem jeito. — É apenas uma forma de dizer que você é importante para mim. — Eu dou seguimento à leitura do certificado e, logo abaixo, tem um recado dele.

Julie,
Você é a estrela que ilumina meus dias e noites.
Seu,
Danny
        
            — Eu nem sei o que dizer... — eu falo e ele ri.
            — Aqui atrás tem uma foto de satélite da sua estrela — ele fala e puxa um outro papel, que estava atrás do certificado, mostrando uma foto de satélite da bela estrela azulada.
            — Uau! Em comparação com as demais, ela parece grande. — O grande sorriso não abandona o meu rosto em momento algum.
            — Sim, parece mesmo. Você gostou?
            — Se eu gostei? Danny, é a coisa mais incrível que alguém poderia me dar. — Ele sorri, parecendo aliviado e eu pulo para seu colo, passando minhas pernas ao redor de sua cintura, ficando frente a frente com ele. Danny me puxa para ainda mais perto, num abraço apertado, suas grandes mãos correndo pelas minhas costas, provocando arrepios por todo meu corpo.
            Meu vestido vermelho sobe um pouco, expondo minhas pernas nuas e ele move sua mão direita para minha coxa, explorando a extensão de pele exposta. Nos beijamos intensamente, ele segura meus cabelos com uma das mãos, puxando firme, mas sem machucar. Ele morde meu lábio inferior, olhando nos meus olhos, refletindo todo o desejo que estamos sentindo naquele mar verde em seu olhar.
            — Eu não vou resistir a você, baby.
            — Não resista. Eu preciso de você, Daniel. Só de você. — Ele nos vira, na manta, me colocando deitada embaixo de seu corpo. Ele volta a me beijar, com urgência, suas mãos percorrendo meu corpo e despertando as sensações mais incríveis em mim.
            — Você é linda — ele me fala, antes que eu tenha a chance de puxar sua camiseta. — Linda por dentro e por fora, e eu me sinto orgulhoso de ser seu namorado.
            Eu olho ao redor, pensando no trabalho que ele teve, para proporcionar uma noite incrível e inesquecível. Ouço o barulho do mar, com suas ondas indo e vindo, vejo no céu o tapete estrelado pensando que minha estrela está ali em cima, em algum lugar. Ao fundo, atrás de Danny, está a nossa roda gigante. Sim, ela já era nossa. Toda iluminada, proporcionando uma das mais lindas vistas da cidade. E ali, à minha frente, estava o homem que eu amei por toda minha vida, seu corpo quente pesando sobre o meu, me estimulando e despertando os sentimentos mais intensos que eu já havia sentido na vida.
            — Eu me sinto ainda mais orgulhosa de ser sua namorada — eu falo e o puxo para mais um beijo. Antes de nossos lábios se encontrarem, Danny para no meio do caminho, me olha nos olhos e abre um sorriso lindo. Ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e roça os lábios contra os meus, e eu falo: — Feliz dia dos namorados, querido.
            — Feliz dia dos namorados, baby. — Sua boca cola na minha, num beijo repleto de carinho e desejo, até que ele se afasta apenas o suficiente para falar. — Prepare-se que, agora, a nossa noite ficará ainda mais feliz.
            É, senhoras e senhores, Daniel sabe realmente como comemorar em grande estilo.
Feliz dia dos namorados!


Ficou ou não ficou um amor gente? Eu estou completamente apaixonada. Cada vez mais me encanto pelo Danny (Suspiros sem fim).
E para aqueles que não conhecem o livro ou estão interessados em adquirir, Louca Por Você será relançado pela Universo dos Livros. O livro está com previsão de lançamento para meados de julho ou agosto. Já entrou em pré-venda.





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