Resenha: O Safado do 105
Título: O Safado do 105 | Autora: Mila Wander | Editora: Essência | Ano: 2015 | Páginas: 512
Durante seus 28 anos de idade, Raissa viveu com sua família, mas sempre sonhou com o dia que teria sua vida, suas coisas e sua casa, e depois de anos juntando dinheiro ela consegue comprar uma casa e se
mudar.
A vizinhança parece ser formidável, a rua é calma, sua casa é
perfeita, e seu vizinho do 105 é uma surpresa um tanto inesperada. E depois de
conhecê-lo, a calmaria e sossego que Raissa tanto almejava ao morar naquele
lugar, se tornaram bem distantes de serem conquistadas.
“Aconteceu comigo, mas poderia ter acontecido com você. Imagine-se passando por um processo de mudança, revelador e de autoconhecimento. Imagine que nada no mundo poderia estar mais perfeito. Pois era o que eu estava vivenciando no momento em que me encaminhava para a minha nova morada.”
O vizinho do 105 é um safado, e acaba recebendo o apelido de Calvin Klein por causa da sua primeira aparição diante de Raissa, que diga-se de passagem, a deixou bem estupefata.
“Você pode me chamar do que quiser(...)
-Ok vou te chamar de Calvin.
-Calvin? O cara fez uma careta divertida.
-Calvin Klein- disse olhando para sua cueca. Ele gargalhou alto. Era a marca estampada no cós da maldita que abraçava sua cintura definida. ”
Calvin Klein leva uma vida "livre", sem inibições, ou até
mesmo vergonha. Ele é um devasso e paquerador de primeira, e não esconde isso de ninguém. E sendo o safado que é, não hesita em paquerar Raissa, que, claro,
adora tudo, já que a atração que sentiu por ele é enorme.
Calvin Klein é um homem desinibido, gosta de sexo e não esconde isso de
ninguém, e Raissa descobriu esse fato de uma forma um tanto quanto
perturbadora. A casa que comprou a de número 104 fazia parte da casa de
número 105, e elas foram divididas por uma fina parede, que para a tristeza e
frustração de Raissa, é a mesma parede do seu quarto e do quarto dele. As noites se tornaram meio turbulentas, já que os gemidos do vizinho e
de suas companheiras poderiam ser ouvidos por ela. A tensão sexual entre eles só
aumentava, até que Raissa não resiste e acaba provando do que seu vizinho é capaz de fazer a uma
mulher.
E o que era para ser uma simples relação de vizinhos, acaba se tornando
uma relação com muito sexo. Raissa acaba se envolvendo cada dia mais, e ela
sabe que disso só poderia resultar em uma coisa se ela não colocasse um limite nessa relação: ter seu coração partido.
“Calvin não se apega a ninguém, nem mesmo parece se incomodar por ser órfão e ter o seu irmão morando em outro lugar. Resultado: ele anda sorrindo para o nada, com um bom humor de causar inveja.”
E é por se sentir envolvida demais e saber que de Calvin não vai ter
nada mais do que sexo, que Raissa resolve manter uma relação apenas de
amizade. Só que nesse meio tempo, Calvin acaba se mostrando muito mais do que
apenas um safado, e não se apaixonar por ele, acaba se tornando inevitável.
Calvin nunca chegou a conhecer sua mãe, já que ela morreu no parto dele.
Perdeu o pai para o câncer, e nunca foi próximo do irmão mais velho por parte
de pai. Calvin cresceu ouvindo seu pai lhe dando conselhos que ele nunca
deveria se apaixonar por uma mulher e entregar seu coração a ela, e ele acaba
seguindo o conselho a risca. É apaixonado por cozinhar, tanto é que ele se torna um
Chefe de cozinha; é fã da Clarice Lispector e somos presenteados com algumas
das frases dela no decorrer da história. Sorri para tudo; não abre mão da sua
liberdade; acha que tem amigos, mas na verdade é mais uma troca de favores do
que amizade. Nunca amou, nunca entregou seu coração, até que Raissa apareceu em
sua vida e deu uma balançada em tudo o que julgava ser o melhor para si.
Raissa e Calvin acabam não resistindo, e se envolvem ainda mais a cada
dia, e tudo poderia ser mais fácil se Calvin não insistisse em negar seus
verdadeiros sentimentos, e se as transas passadas dele os deixassem em paz, mas
as coisas nunca são fáceis, não é mesmo? Ainda mais quando não se acredita que
pode amar e ser amado.
São 505 páginas instigantes, o que torna impossível deixar o livro de lado, tanto é que reli
na maior alegria, porque além de ter matado a saudade desse casal improvável,
eu adoro a história.
A Raissa é uma personagem que tem tudo para ser real. Tenho certeza que
muitas leitoras se identificaram com a forma que a Raissa pensa, age. Ela é
muito madura, compreensiva, divertida, apaixonada, que se joga de cabeça no que
tem com Calvin mesmo sabendo que todo o envolvimento com ele poderia destruir seu coração. É apaixonada pela sua família, e mesmo sentindo certa liberdade com sua
nova fase, ela morre de saudades de todos. Sente medo do que sente por Calvin,
porque ela sabe que, safado uma vez, safado sempre, e que ele não abrirá mão de
sua tão estimada liberdade.
Vocês chegaram a se perguntar por que ainda não mencionei o verdadeiro
nome do Sr. Klein, conhecido também como "O Safado do 105"? Bem, uma das coisas
interessantes da história é que só descobrimos o nome dele "quase" no
final do livro, então vou continuar guardando segredo sobre isso, até porque,
como o Calvin mesmo disse "um nome é apenas um nome".
Muitos podem considerá-lo um moleque sem amor, outros podem considerá-lo
egoísta, e outras como eu, podem considerá-lo apenas um homem que cresceu
acreditando que não deveria entregar seu coração de bandeja para uma mulher, e que sofreu com perdas desde criança, e que nunca teve apoio incondicional de
uma família. Calvin pode
ser o safado que for, mas sabe ser incrível! Ele é lindo! Impossível não sentir uma quedinha por ele.
Mais uma vez me vi encantada pela escrita, personagens e história da autora Mila Wander.
Adorei O Safado do 105, então é CLARO que recomendo!
Mais uma vez me vi encantada pela escrita, personagens e história da autora Mila Wander.
Adorei O Safado do 105, então é CLARO que recomendo!
“... Podia ter acontecido com você, mas foi comigo. E, dali em diante, descobri que morar sozinha podia significar tudo, menos tranquilidade. A minha mudança necessária não podia ser normal. Afinal, eu não sou normal. Juro que só queria paz. Queria tédio. Queria um domingo de pura morgação diante do Faustão, comendo pizza requentada e esperando pela segunda-feira como quem espera o ônibus passar.
Mas não podia esperar por algo diferente, não depois de ter me encontrado com o Sr. Calvin Klein, mais conhecido como "O Safado do 105".”
Olá Taty! Eu não sei se é mas essa história me pareceu bastante humorada, o que me deixou interessada para ler, pois gosto de dar risadas enquanto leio. E também fiquei interessada para saber mais do Calvin pois pelo que você citou o que ele é hoje é reflexo de dores passadas. Gostei muito da sua resenha!
ResponderEliminarSucesso como blog!
Estante Clássica