Resenha: O Ódio que Você Semeia


Título: O Ódio que Você Semeia | Autor: Angie Thomas | Editora: Galera Record | Ano: 2018 | Páginas: 376 | Skoob

Não há melhor momento para ler o romance de Angie Thomas, O Ódio que Você Semeia. É uma história sobre o nascimento de uma jovem ativista. E enquanto escrevo isso, jovens ativistas em todo o país estão descobrindo suas vozes, levantando-se e insistindo em seu direito de serem contados no processo político.

Liberdade completa, justiça e igualdade, por qualquer meio necessário.
Starr Carter, a heroína do livro, é um modelo perfeito para esses jovens revolucionários. À medida que navegam pelos desafios inerentes ao discurso, eles se encontram em uma sociedade que nem sempre está pronta para ouvir.

Starr atravessa dois mundos muito diferentes. Uma é sua casa em Garden Heights, um bairro negro, pobre e muitas vezes violento. A outra é a Williamson Prep, sua escola particular branca, afluente e mimada. Thomas habilmente articula a linha entre essas existências, fazendo Starr trocar o código em seu diálogo. (A alternância de códigos, a prática de mudar idiomas, dialetos ou contextos culturais em diferentes contextos, é uma experiência comum para muitas pessoas nos Estados Unidos).



Quando Starr testemunha o assassinato de seu amigo de infância Khalil durante uma parada de trânsito rotineira, Starr deve decidir se arrisca seu anonimato e segurança para defendê-lo. Khalil estava desarmado, e Starr é chamada para testemunhar contra o policial que o matou.

Qual o sentido de ter voz se você vai ficar em silêncio nos momentos que não deveria?
À medida que a história se desenrola - e o caso de Khalil se torna uma questão nacional divisora, Starr fica dividida entre suas duas culturas com suas verdades e visões do mundo onde ela se encontra, e assim tem cada vez mais dificuldade de se mover com fluidez entre eles.

Ter coragem não quer dizer que você não esteja com medo, quer dizer que você segue em frente apesar de estar com medo.
Para uma geração criada com filmes da Disney, a conclusão do livro pode deixar alguns leitores no limite. Eu acho que isso é uma coisa boa. O final do livro reflete o mundo em que vivemos, que é muitas vezes perturbador, injusto e inquietante.

Às vezes as coisas dão errado... mas o importante é continuar fazendo o certo.
É importante visitar a extremidade, um lugar que provavelmente devemos comemorar como um marco. É onde as crianças como Starr, líderes políticos e culturais de amanhã, vão se lançar. Eles também vão subir e criar um mundo equitativo. Um mundo mais equitativo do que o que as crianças gostam.

Nas palavras de Starr, “conto de fadas? Não. Mas eu não vou desistir de um final melhor.”

E nem nós devemos.



O Ódio que você semeia tem um enredo incrível, e eu o recomendaria a qualquer pessoa interessada em uma história que discuta conflitos sociais e culturais importantes de maneira crua e emocionante.

Natália Silva

1 comentário:

  1. Hey moça. Tudo bem? Espero que sim. Tudo o que vi a respeito de 'O Ódio que Você Semeia' foi incrível: debates importantes sendo levantados, casos de inspirações pessoais na personagem principal, etc. Enfim, só elogios! Ainda não tive oportunidade de lê-lo e fiquei extremamente magoada com o descaso feito com a adaptação cinematográfica dele — que pelo o que sei, foi extreia em pouquíssimas cidades. Tenho certeza de que este livro ainda vai causar muito impacto e fazer as pessoas pensarem mais, acreditar mais e se impor.

    www.nerdabsoluta.blogspot.com

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