Livros que li na adolescência


Olá culpados e culpadas!! Vocês estão bem?

Como já devem saber, quem vos escreve é a Bia. Tenho 33 anos, assim sendo minha adolescência ficou pra trás já faz algum tempo (a garganta chega fechar num misto de tristeza e desespero).

Dramas a parte, nesse período li muito e pude aprender muito com os livros. Eu posso dizer que foi literalmente um período de descobertas.

Pude conhecer os diversos gêneros literários, as diversas sensações provocadas por um livro.

Listei alguns dos livros que li e lembro das sensações que senti enquanto adolescente. 

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis

A minha mãe tinha alguns livros da época em que ela estudava. Ela morava em outro estado, e passávamos as férias com ela. A TV nunca foi o que mais me distraia no mundo, então eu sempre enxergava aquela pequena coleção de livros danificados pelo tempo, como um pequeno tesouro. No início, fui atraída pela Coleção Vagalume. Mas, acabei enjoando das histórias, que eu sempre relia.

Um dia peguei este livro, e eu não tinha maturidade escolar pra ele, não entendia (e acho que nem sabia ao certo) quem era Machado de Assis. Quando minha mãe me explicou o que seria Memórias Póstumas, acreditei que se tratava de um livro de terror, fui correndo pra ler. 

Lembro que senti agonia com a forma da narrativa, mas com o passar das páginas, senti uma imensa tristeza pelo fato do personagem estar morto. 

Vidas Secas - Graciliano Ramos

Outra obra do tesouro de minha mãe. Antes de iniciar, sua patroa me disse que o livro seria muito difícil pra ser compreendido por mim. Tirei isso como um desafio, e pois bem, li.

Não sei o que ela queria dizer com "difícil de ser compreendido". Entendi muito bem toda a problemática do enredo. Mas fiquei traumatizada com uma passagem que quem já leu, vai saber muito bem do que estou falando. Quando o livro foi finalmente tema de sala de aula, me recusei a reler. E sinceramente, não quero nunca mais precisar de ler essa parte.

Confissões de Adolescente - Maria Mariana

Eu adorava a série que era transmitida na Cultura (tô certa, gente?). O livro chegou na biblioteca da escola e era um exemplar difícil de conseguir, isso porque era um dos únicos livros que despertavam interesse nos adolescentes, por abordar o assunto proibido: sexo.

Consegui pegar depois de muito tempo, e lembro perfeitamente do início da história: a primeira vez, o menino alérgico, catarro e tensão misturados numa história. Fiquei chocada e decepcionada com essa descrição de primeira vez rsrs. Mas continuo adorando a história.

Uma luz no fim do túnel - Ganymedes José

Foi um livro novo que surgiu no tesouro da minha mãe e não entendo como ele apareceu. Hoje acredito que ele deve ter sido usado como campanha anti-drogas, algo assim. Desde que eu me entendo por gente, compreendia o quão errado era se aventurar no mundo das drogas. Sempre tive medo e sempre acreditei que somente pessoas malvadas entrariam nesse caminho. Até ler esse livro e me deparar com jovens apaixonantes (ao menos na época eram). Serviu muito mesmo para me instruir e me fazer entender mais o tema. E claro, me deixar com mais medo ainda das drogas rs.

O Diário de Anne Frank - Anne Frank

Vocês já ficaram viciados em algum tipo de narrativa? Eu já fui a louca dos diários, amava livros com essa narrativa, considerava uma forma de maior conexão com os personagens, sem contar que no diário, os segredos mais cabeludos eram revelados. Assim eu encontrei essa obra sem saber de seu valor histórico. Sem saber ao menos quem havia sido Anne Frank.

Foi uma leitura triste, e eu preciso dizer que esse livro foi renovado várias vezes. Eu precisei reler. E quando meu professor de português conversou comigo a respeito da obra, fiquei ainda mais estupefada. Procurei por um segundo livro, não aceitava o fim de Anne e de sua família. Mas com toda certeza, fui muito privilegiada em ler sem saber absolutamente nada do livro.

O Mulato - Aluísio de Azevedo

Esse livro foi de leitura obrigatória, no colegial. Fiquei completamente revoltada com o desfecho, e foi a primeira mocinha que odiei com todas as minhas forças. 

Macunaíma - Mário de Andrade

Também de leitura obrigatória. Meu professor sorteava os livros obrigatórios dentre os alunos, e enquanto minhas amigas pegaram os livros mais babadeiros (do meu ponto de vista) do naturalismo, sobrou pra mim o herói sem nenhum caráter. Ninguém queria ler esse livro. E eu peguei.

Que ódio que eu senti nesse dia. Chorei ao ver o compilado de termos indígenas, mas então meu professor disse: se tiver difícil pra você, trocamos. Sou de aquário, a musa do contra. Conforme eu lia, acabei me apaixonando pelo universo folclórico criado por Mario de Andrade.

O livro me fez rir, e era um fato inédito, pois até então nenhum livro tinha me arrancado sorrisos. Ele se transformou no meu livro favorito da vida.

Nada dura para sempre - Sidney Sheldon

Primeiro contato que tive com a escrita de Sidney Sheldon. É um livro que eu ainda quero ler agora adulta. Na época eu curti muito, lembro de chegar em casa ansiosa e ir para o quarto devorar páginas (e ouvir minha avó gritar: larga esse livro!!). Amei demais os personagens principalmente. E foi nesse livro que descobri a palavra eutanásia. 

Marcas do Passado - não lembro do autor

É um romance, do tesouro da minha mãe. Eu não lembro do enredo, mas foi a partir dele que comecei a ficar muito curiosa a respeito do tema tipo sanguíneo. E foi inclusive ai que comecei a ler muitos livros de biologia (hoje sou farmacêutica, mas tenho uma queda pela biologia até hoje).

Romeu e Hiroshi - não lembro do autor

Não conheço ninguém que tenha lido ou conhecido esse livro. Até joguei no Twitter rs, mas a história conta sobre um brasileiro que se apaixonou por uma japonesa. Bem adolescente, o livro retrata o choque de cultura e me fez viajar para a Praça da Liberdade. 

Gifs imperdíveis para amantes dos livros | Blog da Editora Contexto

Ahh apontar esses livros me deixou nostálgica. Que saudade dessa época. Não existia esse lance de recebidos, mas era tão gostoso.

Não foram apenas estes. Li muito mais. O Cortiço, Lucíola, Sonho de uma noite de verão, muitos compilados de contos e crônicas e muitos livros que me lembro do enredo, mas não lembro do título ou autor. Mas o post ficaria imenso.

Curtiram o post? Quais livros que você leu na adolescência?


2 comentários:

  1. Olá,
    Também já tem tempo que saí dessa fase mas os livros também tiveram papel bem importante para mim. Diferente de você, dos clássicos só peguei na época de vestibular (e li de fato bem poucos), mas quando saí dos livros estilo Pedro Bandeira, me apaixonei pela escrita da Agatha Christie, e ela que me marcou.

    Beijo!
    www.amorpelaspaginas.com

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    1. Eu ia falar sobre Agatha, mas acabei deixando para outro post. Foi por causa dela que acabei partindo para os suspenses.

      Beeijos

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