Resenha do Filme Distúrbio


Título: Distúrbio | Ano de Lançamento: 2018 | Direção: Steven Soderbergh 

Disponível no Prime Video, streaming da Amazon; o longa passa despercebido por não ter uma grande distribuidora e tão pouco muitas divulgações.

Mas, para quem ama um bom suspense, essa trama é simplesmente perfeita. E querem mais? Tem Claire Foy como protagonista, além de contar com Juno Temple no elenco e uma participação especial de Matt Damon.

O filme nos apresenta Sawyer, uma mulher perturbada por seu passado. Vítima de um stalker, ela tenta recomeçar sua vida em outra cidade. Sawyer acredita que estar em meio aos desconhecidos poderia ser uma forma para fechar de vez esse passado sombrio.

Mero engano. Percebemos que a personagem é transtornada e emocionalmente instável. Enquanto vítima, ela precisava de ajuda psicológica para tentar resolver essa trauma.

E é isso que faz. Sawyer procura por terapia, se abrindo a profissional, mostrando o quanto sua vida foi modificada por esse stalker. Ao assinar, sem ler, o que acreditava ser uma papelada de praxe, ela acaba concordando, sem saber, em ficar internada em uma instituição de saúde mental.

Contra sua vontade, é mantida ali, como uma pessoa de risco, dividindo espaço com outras pessoas, alguns doentes outros que aparentam ter entrado como ela; sem saber.

A trama já fica perturbadora nesse ponto, mas Sawyer passa a enxergar o seu perseguidor ali, como funcionário da clínica.

Ilusão ou realidade? 

O filme tem um estilo de filmagem diferente: foi todo filmado a partir de um iphone. Talvez se soubesse disso antes de assistir, teria nutrido de preconceito e perdido um filme magnífico.

Esse estilo de filmagem contribuiu e muito para a percepção dos sentimentos dos personagens. Claire, interpretando Sawyer, foi esplêndida, passando uma verdade crível.



O enredo decorre com reviravoltas que colocam em jogo a opinião do telespectador. Olhos atentos enxergarão a denúncia de temas feministas discutidos diariamente: a punição da vítima, o descaso para com a mulher em situações de risco, o abuso que decorre em ambientes de trabalho, o trauma por vezes nunca superado.

A denúncia para com instituições mentais também fica evidente. Uso de medicamentos de forma abusiva, o tratamento desumanizado, a falta de zelo e ética, o abandono.

Assistir Distúrbio foi como se uma onde de desespero tomasse conta de mim. Fiquei agoniada do início ao fim.

É um daqueles filmes pouco divulgados, mas, para quem ama o gênero, é uma verdadeira preciosidade. Vale a pena!

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