Resenha: É Assim que Acaba

 

Título: É Assim que Acaba | Autora: Colleen Hoover | Editora: Galera Record | Ano: 2018 | Skoob


Resenhar um livro do qual você tenha apreciado é uma tarefa difícil. Separar as emoções, conseguir escrever o que é a história e como ela te afetou... isso não é fácil.

Mais difícil ainda é falar sobre um livro de Colleen Hoover. 

Eu nunca me interessei diretamente por uma obra dessa autora, apesar de ler muitas coisas positivas a seu respeito. Até que ganhei esta obra de aniversário, de uma amiga muito amada, que me disse que eu teria de ler, caso contrário seria desfeita.

A Taty e eu começamos uma leitura coletiva, e nada do que já havia ouvido a respeito me preparou para o que encontrei em sua obra, considerada uma das mais pessoais da autora.

Quando iniciei a leitura, não sabia quase nada a respeito do enredo. E isso foi, pra mim, um dos pontos mais altos. Justamente a surpresa em me deparar com determinadas cenas, com determinados aspectos da personalidade dos personagens. Se você ainda não leu o livro, siga esse conselho. Pode ler minha resenha tranquilo, vou falar mais a sobre a essência da obra. Não irei estragar as surpresas.

O livro traz personagens maduros, assim sendo, é um romance adulto no sentido do sentimento tratado. Nãos temos tramas emocionais intensas, tão comuns na literatura romântica. O que temos é o romance envolto por temas atuais. Onde os obstáculos são os próprios envolvidos.

"Eu deveria te proteger de monstros. E não ser um."

Bem mais que isso. Colleen, por ter vivido um drama familiar triste, conseguiu criar uma história pincelando seus sentimentos ali. Não sei se é certo dizer que se trata de uma história de amor. Acredito que temos aqui uma história que expõe o sentido do amor, suas nuances que mostram até onde vai o amor ao próximo a si mesmo. 

Lily é a protagonista. Narrado em primeira pessoa, é possível pegarmos a essência de uma mulher forte, que precisou superar dramas do passado para crescer. 

O seu caminho se esbarra com o de Ryle, um neurocirurgião lindo, inteligente, admirável. Quem não se sentiria atraída por um cara assim? 

E como um cara não poderia se atrair por Lily, uma mulher também linda, independente e corajosa. Acontece que Ryle tem verdadeira aversão por relacionamentos.

"Estou com quase 30 anos e não tenho a menor vontade de encontrar uma esposa. E principalmente não quero filhos. A única coisa que quero na vida é sucesso. Muito."

Não se precipite e chegue a conclusão de que você está diante de um clichê. Esta aversão por relacionamento tem uma explicação que vai além. É preciso lembrar, mais uma vez, que estamos diante de um livro adulto.

Ao mesmo tempo que está preocupada com seu trabalho e tentando se manter longe (ou perto) de Ryle; Lily começa a se lembrar, através da leitura de seu diário da adolescência, de um grande amor do passado. Atlas, o cara por quem se apaixonou pela primeira vez.

Uma história cheia de reviravoltas, que prende, choca, emociona, e mostra a essência do amor. 

"(...) eu não sabia que um ser humano era capaz de sentir tanto ódio no coração."

Pessoalmente falando, a obra me emocionou demasiadamente, por tratar de um tema que vivenciei. Eu acabei enxergando a pior parte da minha vida ali.Foi uma leitura que me trouxe compreensão, que me fez entender muitas mulheres, inclusive minha própria mãe.

Kami Garcia, autora de Dezesseis Luas, deixou uma citação logo na capa do livro:  "toda pessoa com coração deveria ler esse livro."

É a justificativa ideal para indicar a leitura. Recomendo para os leitores mais maduros (seja em idade ou mentalidade). 

Leia. Se apaixone. E se emocione com a história e com a nota final da autora.


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